(Por J. Araujo, 1999)
De
todas as pessoas no mundo
Eu escolhi você
De todas as cabeças que ainda teimam em iluminar
Eu escolhi morrer ao seu lado
De
todas as almas que ainda frutificam dourados momentos
Eu escolhi
sentar aos seus pés
Minha
amiga...
Escolhi
ficar no eixo que rege o passado
Escolhi admirar sua esclerótica nas alvas que restavam
Suas
palavras doces ainda reverberam em meu cérebro
De carne
e sangue
Vivo e pulsante
Ainda esperando
por você
Em
seu eixo
Onde
descançam nossos pais
A nossa
terra natal
Azulada
e fria...
Que Deus
tenha piedade de nós.
(Ps.: Um dos poemas mais tolos que já pude escrever...)
(por J.
Araujo, 1999)
Olhe para minhas mãos fortes cederem ao tempo e as novas missões
Anjos deceparam meus eus
À uma braça de distância do mundo real
Enterrado no fundo das Marianas
O ponto mais profundo
A alma coletiva
Meu território nada mais vale...
Desfaça-se em sal, minha carne...
Desfaça-se ser sem rosto e irreal
Sangue de meu sangue Beberemos o licor dos vitoriosos
Tudo hoje cheira à liberdade Carne de minha carne
Não era você...
Não era o ponto certo
Estava no polo errado
Lá onde não brilha a aurora
Não havia estrelas
Nem sonhos Nem dor Nem lágrimas
Extrema santidade
Verdade suprema
Glacial indiferença
Nem resto de Atlantis
Tão pouco os meus ossos
Somente uma lembrança
Aquela sensação me corroendo
Era o tempo errado
Tua ilha já não era mais o meu perfeito lar
Apenas aquele aroma distinto
Aquele brilho frio da prataria em que me serviu
Alma de minha criação
O céu não é nosso...
(por J. Araujo, 1997-98) Pode sentir a presença dele? Inundando nossas almas com seu fervor Procuro um lugar mais alto Longe do fogo Procuro um lugar mais alto do que as nuvens que bloqueiam sua face As ruas permanecem molhadas A lua brilha de maneira incomum Não vejo mais milagres Apenas sinais em minha estrada intrasitável Vejo sinais que dizem que não sou mais o mesmo Olho no meu espelho quebrado e não vejo mais o mesmo rosto As cobras querem tomar a minha alma Pode agora me dar a contrição, oh, alma benevolente? Quero fugir dos cães que fareja meu sangue ainda quente Eu quero ir ao palácio do exílio experimentar o gosto da paz Não me lembro dos nomes de seu reino nem das palavras que disse ao meu ouvido Apenas lhe peço... pode me dar a contrição? Posso ser absolvido por nunca ter tocado no pecado que desejei tanto? Minha alma não foi encomendada à ele Rezei apenas para Santo Antônio em meus momentos reveladores Mas lhe peço mais uma vez, pode me dar a contrição? Falo apenas de espíritos de longitudes e de latitudes Daquele que tudo vê e rege Daquele que castiga e pune A severidade de não saber Pode me devolver a minha natureza? Pode me dar um coração?